
Monges Cistercienses
Os monges cistercienses chegaram a Portugal no séc. XII, tendo-se instalado em Alcobaça em 1153.
Viviam sem quaisquer luxos, acreditando ser esse o caminho mais correto para estarem mais próximos de Deus.
Os seus ideais (solidão, simplicidade, austeridade, oração e trabalho) refletiam-se em todos os aspetos da sua vida: desde a forma como se vestiam e alimentavam, como organizavam o seu tempo e, claro, como planeavam os seus espaços, como é exemplo o Mosteiro de Alcobaça.
Os monges gostavam de espaços iluminados, mas pouco decorados; por isso os vitrais do Mosteiro de Alcobaça não serem coloridos. Estudavam, também, ao pormenor as características de um lugar, para que pudessem aproveitar o melhor possível os recursos naturais.
Eram considerados os maiores engenheiros hidráulicos do seu tempo e, em Alcobaça, fizeram obras que lhes permitiram ter água limpa e abundante, durante todo o ano. Construíram aquedutos para trazer água potável das nascentes e também uma conduta que, desviando um ‘braço’ d rio Alcoa, conduzia a água à cozinha do Mosteiro. Uma curiosidade: esta levada tinha um sistema engenhoso que, nas alturas de maior caudal, permitia desviar as águas e evitar inundações.
Os monges cistercienses não tinham contacto com o exterior. Essa relação era feita através dos Irmãos Conversos (homens religiosos que trabalhavam dentro e fora do Mosteiro).
Dormiam vestidos, cada um no seu leito e, durante a noite, acordavam de três em três horas, desciam a escada do Dormitório para a igreja, rezavam e regressavam para mais um período de descanso.
Vestiam hábitos brancos e, por isso, ficaram conhecidos por “monges brancos” (cor associada à pureza, à luz e ao conhecimento).
“Ora et labora” era o seu grande lema (palavras latinas que significam “Reza e trabalha”. Os monges intercalavam períodos de oração com tarefas na cozinha, na horta e no Scriptorium, onde produziam livros de grande beleza. Na época medieval, antes da invenção da imprensa, a produção dos livros era efetuada pelos monges copistas que viviam nos mosteiros. Para além de copiarem os textos dos livros da época (códices) e de criarem as ornamentações que os acompanhavam (iluminuras), os monges eram responsáveis pelas encadernações e pela produção das tintas e de outros materiais.