Ir para conteúdo
Araújo Guimarães

Araújo Guimarães

Joaquim Ferreira de Araújo Guimarães nasceu em Santiago do Lordelo (Guimarães) e cedo foi trabalhar para o Brasil, procurando melhorar de vida.

Lá, no Brasil, onde conseguiu juntar dinheiro, conheceu alguns alcobacenses, como Bernardino Lopes de Oliveira, que lhe apresenta Alcobaça numa visita.

Tempos depois, tinha Araújo Guimarães 39 anos, visita o seu amigo em Alcobaça e acaba por se encantar com a vila e as suas potencialidades industriais, especialmente a possibilidade de aproveitar a força motriz do rio para montar uma fábrica de tecidos.

Em 1875 é formada a Companhia Fiação e Tecidos de Alcobaça, na Fervença, e o seu primeiro diretor foi Araújo Guimarães.

Como criou muitos empregos, sobretudo para as mulheres da região, Araújo Guimarães era uma pessoa muito estimada em Alcobaça, chegando mesmo a ser padrinho dos filhos de alguns empregados na Fábrica, o que não era muito vulgar naquela altura.

Quando ele morreu, em 1898, o jornal Semana Alcobacense, descreve que muita gente ia no cortejo fúnebre a lamentar a sua morte, pois consideravam-no boa pessoa que tinha feito muito por Alcobaça. Além da fábrica já referida esteve ligado à fábrica de conservas de fruta, com Manuel Vieira Natividade, a uma fábrica de moagem e à fundação de um asilo que cuidava de crianças pobres.

Uma das coisas que este homem achava das mais importantes era a escola, ajudando muitas vezes os seus empregados a aprender a ler e a escrever, numa época em que muito poucos tinham direito a ir à escola, como nos diz o mesmo jornal: “A instrução popular tem-lhe merecido também os maiores desvelos. Onde souber que há um povo sem escola recomenda-lhe, insiste, que se reuna para representar nesse sentido aos poderes públicos, e ele mesmo se encarrega da apresentação.”

Talvez não seja por acaso que o Palacete que mandou construir em 1870 para ser a sua casa, seja hoje a Biblioteca Municipal, onde tanta gente vai ler e ampliar a sua cultura.