
Monges Barristas
Durante o século XVIII, em pleno período barroco, a escultura conhece em Alcobaça um apogeu inigualável no contexto da História da Arte Portuguesa. Contam-se entre os exemplos deste fulgor o conjunto escultórico monumental que compunha o altar-mor da Igreja, o Retábulo do Trânsito de São Bernardo, as esculturas dos Reis de Portugal e o exemplo mais conhecido e emblemático – o Santuário ou Capela Relicário.
De acordo com o exigido pela Ordem de Cister, não eram permitidas esculturas nos mosteiros cistercienses. No entanto, no século XVII, a Regra flexibilizou-se e, assim como tantos outros, o Mosteiro de Alcobaça rendeu-se à sumptuosidade do Barroco.
Esta fase teve o seu início, provavelmente, com a execução do conjunto de esculturas do Retábulo de São Pedro, datado da primeira metade do século XVII e entretanto desaparecido.
Na verdade, não se sabe a quem atribuir a autoria destas obras originais, sendo que é comum referir-se Frei Pedro como tendo executado algumas esculturas em barro cozido; contudo, não há registos escritos que o confirmem.
Será, pois, durante o período barroco que a escultura em terracota (barro cozido) estofada e policromada se torna um dos campos artísticos de maior interesse no mosteiro, tendo como principal mentor o abade Frei Sebastião Sottomayor (1675/1678).
Os Monges Barristas do Mosteiro de Alcobaça mostraram, assim, a importância da sua arte a partir de meados do século XVII, tornando-se esta uma grande atividade económica do Mosteiro nessa época. Para além disso deixaram-nos um espólio considerável de arte sacra que pode ser visitado nesse mesmo monumento. Imagens que nos mostram a devoção religiosa e a mestria na arte da escultura por parte desses homens, como é o caso da 'Sala dos Reis'.