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Casas de Vale de Ventos

Casas de Vale de Ventos

Antigas casas dos Guardas Florestais, foram cedidas ao Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC) em 1987, sendo, posteriormente, recuperadas para alojamento. Este núcleo, constituído por duas casas com capacidade para 8 e 6 pessoas, respetivamente Casa Grande e Casa Pequena, podem ser alugadas mediante marcação prévia para o Parque. Atualmente, a Casa Pequena encontra-se fechada para obras.

Vale - com um desenvolvimento para oeste, situa-se um vale suspenso no qual se instalou uma grande extensão de matos que descem até ao sopé da serra nos quais se destaca a aroeira Pistacia lentiscus e o tojo Ulex spp.; aí, com sorte, podem ser observadas algumas espécies de aves de rapina a caçar, sobretudo búteos ou águias-de-asa-redonda (Buteo buteo). Saindo do percurso, em direção à cabeceira do vale, uma escarpa exposta também a oeste, tem sido ocupada por rabirruivo-preto Phoenicurus ochruros e coruja-das-torres Tyto alba.

Arquitetura Tradicional - a povoação de Vale de Ventos, no seu conjunto de casas e muros de pedra, assume e documenta as características essenciais de subsistência da população num meio que lhe é adverso, onde poderão ser observados exemplares de casas rurais, em calcário, que são verdadeiros documentos vivos da forma tradicional da construção serrana.

Lagoa do Casal de Vale de Ventos - lagoa seminatural, tradicionalmente designada por barreiro. É uma das muitas formas de retenção de água, que se podem observar nesta região. A grande permeabilidade da rocha calcária conduz à inexistência de cursos de água superficiais, pelo que estes pontos de retenção de água assumem, nesta região, uma importância decisiva no dia a dia destas populações: reservas de água para o gado, rega e alguns usos domésticos. A acumulação de água em depressões deste tipo apenas se verifica na estação chuvosa, estando relacionada com o facto dos fundos se encontrarem impermeabilizados com argilas e outros sedimentos. Pequenos oásis numa paisagem agreste onde domina a pedra, estes pontos de água são ainda essenciais para a reprodução de algumas espécies de anfíbios e igualmente importantes como bebedouros para uma fauna diversificada.

Pedreira de calçada - à ilharga do percurso, uma pedreira sublinha de forma evidente os efeitos de uma das atividades económicas mais importantes do Maciço Calcário Estremenho. No primeiro plano, pedreiras de calçada branca, produzem a matéria-prima dos mais belos passeios das nossas ruas, depois de um duro trabalho manual, em que das pancadas certeiras de um martelo nascem os cubos que todos conhecemos. Mais ao fundo, pedreiras de blocos e lancil, extraem os calcários utilizados na construção civil. A recuperação paisagística, obrigatória no Parque, irá proporcionar novas paisagens, socialmente úteis, que possam fazer esquecer as feridas na paisagem que agora se veem.

Cisterna - na ausência de água à superfície, as cisternas são uma forma tradicional de armazenamento de água. Talhadas na rocha calcária, de formas diversas, ainda hoje se podem observar junto às casas mais antigas, cumprindo a sua função.


Fonte: ICNF